PARA ENTENDER
mediunidade
O MÉDIUM INCONSCIENTE
O assunto objeto desta matéria com certeza trará para alguns bastante dissabor e repulsa, pois tocará na vaidade e no ego daqueles que não querem que venham à baila determinadas verdades atinentes ao fenômeno da incorporação. No entanto, como o compromisso do Jornal Umbanda Hoje é ver os adeptos da religião mais esclarecidos e livres de determinados mitos que tanto prejudicam os iniciantes no culto, resta-nos tão somente esclarecermos um ponto nevrálgico sobre o presente tema.
Sabemos que na Umbanda fala-se muito em mediunidade de incorporação semiconsciente e inconsciente, que, via de regra, ensejam verdadeiras dicussões doutrinárias a respeito. Não vamos nos ater a explicarmos o processo de acoplamento de um espírito aos chakras e centros nervosos do médium, sendo tema para o futuro.
As incorporações em que os espíritos deixam completamente inconsciente o médium, com tomada integral de todas as faculdades biopsicomotoras, é fenômeno raríssimo nas religiões mediúnicas. Em tempos imemoriais, foi a forma encontrada pelos espíritos para cumprirem suas missões no plano físico sem que o medianeiro pudesse interferir em suas tarefas, pois muitas pessoas não acreditavam na ação dos espíritos sobre o corpo humano e, por isto, se tivessem alguma porcentagem de consciência, acabariam por intervir, voluntária ou involuntáriamente, no labor dos amigos espirituais.
Com o passar do tempo, e através de um maior estudo e consequente entendimento do que ocorria, a inconsciência dos médiuns foi pouco a pouco sendo elevada à semiconsciência, fenômeno pelo qual os espíritos agem conjuntamente com a psiquê do médium, que, mesmo manifestados, sabem de quase tudo o que se passa a seu redor, inclusive que estão sob o domínio parcial de uma força externa. Este tipo de incorporação (semiconsciente) predomina quase que inteiramente nos segmentos espiritualistas, porque é a que melhor se adequa às necessidades atuais.
Através da semiconsciência há uma interação entre o medianeiro e o espírito atuante, que são doutrinador e doutrinado ao mesmo tempo. Além disto, esta espécie de incorporação faz com que o médium seja co-responsável pela mensagem transmitida por um Caboclo, Preto-Velho, Exu etc.
O fato é que, na mediunidade de incorporação semiconsciente, que, diga-se de passagem, também tem seus graus de variação, o espírito ao desprender-se do médium com o qual trabalha, deixa neste quase que a totalidade das informações recebidas ou transmitidas durante uma sessão. Caso haja alguma necessidade, o espírito, atuando no sistema nervoso central e também no cérebro, pode fazer com que o médium deixe de lembrar de alguma coisa, mas isto é exceção. A regra é o médium lembrar-se de quase tudo que foi dito pelo espírito trabalhador.
Neste sentido, muito importante é o respeito e a obediência que os médiuns devem ter para com o segredo de sacerdócio, tópico que analisaremos oportunamente.
Infelizmente alguns médiuns que trabalham semiconscientemente insistem em dizer que não se lembram de nada depois que o espírito interventor se afasta. E o fazem por duas razões básicas:
primeiro, querem dar um maior valor a sua mediunidade, dizendo: ” eu sou especial porque trabalho sem consciência”;
segundo, para se eximirem de responsabilidade, caso haja alguma comunicação equivocada, por influência do próprio médium, dizendo este depois: ” eu sou inconsciente, quem errou foi o espírito”.
Repito: a mediunidade de incorporação inconsciente ainda existe, mas é raríssima, e quem a tem geralmente não fala, porque é assunto pessoal, e também é circunstância difícil de ser provada.
Na atualidade, não se concebe deixar os iniciantes com a falsa idéia de que, incorporados por um espírito, sua mente se apagará temporariamente. Muitos médiuns sob a ação dos espíritos acham que não estão incorporados, visto terem ouvido de outros que, durante a manifestação dos espíritos, não há consciência no médium. Criam com isto uma série de dúvidas na mente dos iniciantes, fazendo com que muitos pensem até não serem médiuns de incorporação.
A Umbanda vai crescer. E crescerá através de médiuns mais preparados, mais esclarecidos em relação aos fenômenos mediúnicos. Desta forma, farão cair por terra falsas verdades que estão, infelizmente, ainda sendo difundidas irresponsavelmente por alguns.
mediunidade
Se você é um médium
que, ao terminar os trabalhos, sente uma alegria enorme não se importando se
trabalhou incorporado ou se “apenas” ajudou na organização da casa.
Se você sente-se
honrado por ter a oportunidade de sentir a presença dos maravilhosos Pretos
Velhos que, com sua grande humildade e sabedoria, conseguem recolher as
lágrimas mais profundas de nossos irmãos; ou dos Caboclos para quem emprestamos
nossos singelos braços para que eles possam abraçar nossos irmãos e assim
torná-los fortes e guerreiros; ou ainda por poder sentir o Senhor Ogum, “Rei
das Demandas”, e segurar sua Espada da Lei em nossas mãos…
Se você esforça-se para
fazer sua reforma íntima antes de exigí-la dos outros.
Se você acredita no
merecimento (não em milagres), na Lei, na Justiça, no carma, na reencarnação e
na natureza como sendo a nossa força e o nosso Axé.
Se você acredita ser
responsável pelos trabalhos realizados pelos Guias Espirituais diante de sua
condição de intermediário entre nós e o plano superior e se busca o
conhecimento.
Se você entende a
Umbanda como religião com fundamentos, liturgias e doutrinas próprias e
trabalha pela evolução e conscientização da “Religião Umbanda” diante de toda a
sociedade mostrando como a Umbanda é linda, simples e poderosa.
Então você realmente
ama a Umbanda, afinal não se pode amar aquilo que não se conhece ou de que se
envergonha. Mas se tudo isso e os fundamentos da Umbanda servem para trazer
discórdia, desânimo, peso, dúvida, cansaço, obrigação… então, reavalie sua vida
espiritual…
Vestir o branco é um
orgulho
É ser filho de Oxalá, é
ser puro de alma diante dos Orixás!
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vaidade mediunica
Podemos e devemos falar
sobre mediunidade sem termos a danada da vaidade. Meus filhos muitas vezes me
cobram estar mais elegante, mais esbelto, com uma aparência, digamos, mais
dentro dos padrões atuais, mas não me vejo usando roupas caras, tênis de ultima
moda, sapatos de pelica … e olha que lá nos meus anos dourados, ou seja, na
época da brilhantina, não podia ficar de jeito nenhum fora de moda …rsrsrs….
Hoje, mais maduro, me sinto muito bem calçando minha sandália da humildade,
como brinca meu filho, com roupas simples e muito pouco luxo. Não que eu não
goste de ter uma vida tranquila, com minhas contas pagas e as vezes fazer um
passeio diferente, muito menos que deixe de ser cuidadoso com minha aparência,
minha higiene e meus modos, mas trabalho para me livrar do conceito e dos
padrões de exigência do ser humano atual.
Vejo muitas vezes
algumas pessoas virarem de ponta cabeça para serem o mais especiais possível,
donos de seus luxos e, pior, da espiritualidade. Acham mesmo que são
proprietários da sua espiritualidade, se bobear com escritura e tudo! “Se tenho
meus guias são eles quem mandam”, “Minhas entidades são tudo perante o todo” e
pior é que acham ser melhores que todos sendo individualistas e únicos,
esquecendo do contexto de um terreiro e dos irmãos que estão ao redor.
Diz um conto muito
interessante do vaidoso que pensa fazer uma boa ação e depois tira proveito
para si:
Uma donzela encontrou um sapo na floresta que disse-lhe:
– Se me beijar deixarei de ser sapo e me transformarei num competente professor.
Ela com a convicção de que estaria fazendo o melhor para os dois, afinal um professor para lhe ensinar tudo não seria nada mal, levou o sapo para casa e passou a cuidar dele.
Algum tempo depois, o sapo perguntou-lhe:
– Você não vai me beijar para eu virar um professor?
– É claro que não! – respondeu ela. – Não preciso aprender mais nada com você pois já tenho o que eu queria . Posso ganhar muito mais dinheiro com um sapo falante do que com um professor!
Uma donzela encontrou um sapo na floresta que disse-lhe:
– Se me beijar deixarei de ser sapo e me transformarei num competente professor.
Ela com a convicção de que estaria fazendo o melhor para os dois, afinal um professor para lhe ensinar tudo não seria nada mal, levou o sapo para casa e passou a cuidar dele.
Algum tempo depois, o sapo perguntou-lhe:
– Você não vai me beijar para eu virar um professor?
– É claro que não! – respondeu ela. – Não preciso aprender mais nada com você pois já tenho o que eu queria . Posso ganhar muito mais dinheiro com um sapo falante do que com um professor!
Bem, isto caracteriza a
desvalorização da caridade e valorização da vaidade, do poder e do dinheiro,
mas o enfoque aqui é outro. Quanta gente agradece o pouco dinheiro que ganha e
dignifica o trabalho que tem! Há pessoas que lutam dia e noite pela
sobrevivência e nunca reclamam! A melhor explicação para isso está na
espiritualidade que conquistaram. Dizemos que os homens são como pássaros: voam
de dia e voltam ao ninho à noite. O problema é que o ‘dia’, às vezes, significa
anos de escuridão para o ser humano. O importante, então, é disponibilizar
tempo para a espiritualidade. Se estivermos envolvidos com bons propósitos a
chama de amor nunca se apagará. Porém se estivermos mascarados de bondade e
admiração mas por trás tivermos a vaidade de querer ser o melhor imaginando que
ter conquistado um posto dentro de um terreiro significa que quem manda “sou eu
e minhas entidades”, ledo engano, mais dia ou menos dia tudo vai por água
abaixo.
Costumo dizer à minha
companheira que quando estamos fracos é que somos mais fortes e unidos! Com
certeza, me refiro ao amor de nossos Pretos Velhos que nos congrega como
irmãos. Costumo afirmar que, infelizmente, a doença deste século é a vaidade.
Quando tudo dá certo, dizemos: “Eu fiz!“, e desprezamos a graça dos Orixás e a
ajuda de tantas entidades e aliados que, na fraqueza, são pilares para a nossa
sobrevivência.
No século XIX, um
grande pregador foi convidado a discursar para o rei e, quando ia começar a
reflexão que havia preparado, simplesmente ‘deu branco’! Ele, então, pregou
falando de sua fraqueza e de como era pequena a sua sabedoria. Assim, realizou
uma das melhores oratórias de sua vida e encantou a todos. Pois é, sem vaidade,
tudo flui melhor. Embora Aruanda não seja almejada somente por bons médiuns, é
certo que lá chegará quem mais se aproximar de Olorum aqui na Terra. Por
exemplo: quem acolhe o próximo com amor e caminha na fé, sem ser individualista
está próximo de Deus. E Deus nos ama tanto que não nos poupa de sofrimentos
para crescermos em
espiritualidade. Nas situações adversas, se desejarmos,
acumulamos muitos tesouros em
Aruanda. Posso falar por mim que, com tantos dissabores
familiares, sustos com a saúde daqueles que muito me são caros e tantos
tropeços, aprendi grandes lições. E as recompensas têm sido maravilhosas!
Mas, isso é valorizar a
espiritualidade ou cultivar a vaidade? Se eu não fizer minha reforma intima e
me policiar cada vez mais é possível cair em tentação e inverter os valores.
Pode até parecer estranha esta colocação: a vaidade e a mediunidade caminham
muito próximas de nós a todo momento, porém, quanto mais crescermos em
espiritualidade, mais nos afastamos da vaidade. Isso deveria ser o correto, mas
será que é? É uma luta diária e constante!
Porém, senhores médiuns, não valorizem demais a sua super mediunidade esquecendo daqueles que lhes reergueram e de seus irmãos em Oxalá imaginando que são super heróis de seu próprio ego. Em algumas fases da vida, fui muito vaidoso e arrogante também, mas superei lembrando daqueles que me levaram à plenitude da espiritualidade. Hoje, a caminhada é mais fácil, amando aos sagrados Orixás sobre todas as coisas e testemunhando seu amor por mim, através de um trabalho religioso pacifico, discreto e silencioso.
Porém, senhores médiuns, não valorizem demais a sua super mediunidade esquecendo daqueles que lhes reergueram e de seus irmãos em Oxalá imaginando que são super heróis de seu próprio ego. Em algumas fases da vida, fui muito vaidoso e arrogante também, mas superei lembrando daqueles que me levaram à plenitude da espiritualidade. Hoje, a caminhada é mais fácil, amando aos sagrados Orixás sobre todas as coisas e testemunhando seu amor por mim, através de um trabalho religioso pacifico, discreto e silencioso.
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abençoada mediunidade
Mediunidade é a
faculdade que uma pessoa possui e que, se desenvolvida de maneira séria e
correta, poderá servir de veículo de comunicação entre os dois planos: o
espiritual e o material. A mediunidade é um DOM e, assim como o médium, deve
ser lapidada e preparada para lidar com forças poderosíssimas e irradiações
emanadas de Deus. Essa lapidação só se realiza de forma ordenada se houver a
dedicação do médium com os estudos, com o desenvolvimento correto em dias
próprios, com a mudança de maus hábitos, com o reconhecimento e a reparação de
erros e vícios, com a reforma íntima, com a disciplina e o respeito … tudo isso
entre uma porção de regras, deveres e muito trabalho.
Mas depois de saber de
todas essas obrigações e necessidades, é possível dizer que é bom ser médium?
CLARO QUE SIM!!! A mediunidade é uma oportunidade única e excelsa em nossa
vida, é uma grande benção, pois é através dela que aceleramos nossa evolução
espiritual. É fato que ao nos educarmos mediunicamente nossa sensibilidade
aumenta e , depois de um tempo, nos tornamos capazes de identificar as
presenças espirituais tanto positivas como negativas que adentram em nosso
campo mediúnico, o que facilita nosso entendimento sobre “os fatos” da vida
material. Educando-nos mediunicamente alcançamos a sintonização mental com
nossos Mentores, Guias e os Orixás que nos auxiliam sempre de forma positiva,
equilibrando e harmonizando nossa vida e nos sintonizando com o que é Divino.
Mediunidade não é
provação, não é punição e não é escravidão. Mediunidade é alegria, é liberdade
espiritual, é prosperidade … são bençãos, bençãos e bençãos em nossas vidas.
APROVEITE ESTA ENCARNAÇÃO! ACEITE, CRESÇA E EVOLUA!
E você? O que acha de
ser médium? Te traz felicidades ou pesares? Refletir sobre situações da vida e,
principalmente, sobre as nossas escolhas nos faz fortes e convictos. Exercite!!!
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medo da mediunidade
Esse é um ponto que
merece bastante atenção e um esclarecimento maior mas, na gigantesca maioria
das vezes, observamos que esse medo é reflexo da falta de conhecimento sobre o
que é a mediunidade e como tratá-la. O primeiro ponto a ser esclarecido é de
que a mediunidade não é escravidão, mas uma grande oportunidade de evoluir
espiritualmente, visto que, não somos matéria mas sim espíritos em experiências
no Plano Material. Outro ponto importante a esclarecer é que aquelas frases que
todo mundo escuta, como: “é um caminho sem volta” ou “nunca mais poderá sair
dessa vida” até têm um certo sentido, mas estão sendo mal interpretadas. Pense
comigo: ser médium não é uma escolha atual ou uma determinação externa, mas uma
opção e essa opção foi sua em algum momento do passado, por isso, a mediunidade
não surge de repente só porque você está frequentando um Terreiro ou um Centro.
Você optou por ser um intermediário entre o plano espiritual e material, você
foi, você é e você sempre será médium perante os Planos Espirituais Superior e
Inferior, por isso, a mediunidade é sim o seu caminho e, querendo ou não, é sem
volta pois não tem como apagar a sua Luz Interior, a Luz da mediunidade que
você tanto desejou, pediu e se esforçou para conquistar.
Então, olhe para o Alto,
olhe para si e agradeça por ser eternamente Luz, pois é a sua conquista, é o
seu dom dado por Deus. Saiba que essa Luz ninguém lhe tira e ninguém apaga,
portanto, assuma-a e deixe-a refletir com orgulho, alegria e toda a sua
gratidão a Deus, afinal, é muito bom ser um instrumento Dele. Saliento que a
mediunidade só é uma escravidão ou punição quando não há conhecimento sobre o
quê, como, quando e de que forma ser médium. Quando não se sabe ‘abrir e
fechar’ a mediunidade, quando não se tem todas as Forças Espirituais Superiores
e Inferiores alinhadas, ordenadas e equilibradas, ou ainda, quando se perde o
amparo e a proteção do Plano Superior Divino.
Fico impressionada com
a quantidade de médiuns que se recusam a desenvolver a sua mediunidade por
medo, e aí esclareço que só através de um bom desenvolvimento é que se adquire
atributos como equilíbrio, ordenação e amparo. Observo que muitas pessoas têm
medo de incorporar e acreditam que isso é algo do outro mundo, mas mal sabem
que muitas vezes estão incorporando em suas próprias casas ou em qualquer local
sem nenhum cuidado ou conhecimento. Isso acontece naquela hora da briga onde se
perde o controle sobre os atos e sobre as palavras, acontece naquele momento em
que se fala o que não se pensa ou quando se faz aquilo que não se quer, e aí
vem a culpa, a sensação de “como pude fazer isso?” e o arrependimento. Vejam,
nesses momentos pode ter havido uma irradiação, uma influência e até mesmo uma
incorporação do baixo astral, de espíritos zombeteiros ou vingativos que se
aproveitam do desequilíbrio e da negatividade do médium e fazem a festa.
Acreditem: isso é muito comum de acontecer, só que ninguém tem medo, talvez por
não saberem que uma incorporação pode acontecer de forma tão sutil, só
dependendo da afinidade que o ser tem em relação ao espírito desencarnado. O
pior é que isso pode acontecer a qualquer momento e em qualquer local, basta
não ter domínio sobre a mediunidade e sobre si próprio.
Se todo esse medo da
mediunidade acontece por falta de explicação ou conhecimento, então saiba que
tudo é muito simples e se você se ajudar com um pouco de boa vontade e
dedicação aos estudos umbandistas, tudo fica ainda melhor. Acredite, é muito
melhor ter esse Dom equilibrado do que viver perturbado e sem prosperidade na vida,
pois a espiritualidade traz sim a prosperidade, talvez não essa prosperidade
financeira em que a maioria pensa, mas a prosperidade de alma, e essa não se
compra em lugar algum, somente se conquista. E se mesmo assim você ainda acha
que a mediunidade é uma escravidão, eu digo para você: “Prefiro ser escrava de
Deus e dos queridos Guias Espirituais do que ser escrava da doença, da miséria,
do chefe, do vício, do marido, do dinheiro, da mãe ou do que quer que seja.
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Transporte e
Descarrego. Tem diferença sim!
Em teoria todo mundo
sabe o que é um descarrego, tem pessoas que até gostam dele e ficam felizes
quando passam por um no terreiro. Mas quem sabe como ele funciona, como pode
ser feito e quais as implicações para o médium? E diferenciar um descarrego de
um transporte, quem sabe? Pois é sobre isso que falaremos hoje. Vamos lá?
Bom, transporte é
quando um médium desenvolvido e capacitado, por determinação do astral,
incorpora uma Entidade Espiritual de outro médium, talvez um consulente, que
por ainda não ser desenvolvido é incapaz de incorporar este espírito. Podemos
dizer que um transporte é feito, por exemplo, quando um Guia Espiritual precisa
dar algum recado ao seu médium como a solicitação de uma oferenda; ou quando há
a necessidade de um Guia se apresentar para aquele ainda imaturo médium
fazendo-se assim mais presente na vida espiritual deste que cheio de duvidas
dificulta seu desenvolvimento; ou ainda quando o Guia daquele médium ainda não
desenvolvido precisa de ectoplasma, que é a energia vital presente só em seres
encarnados, para se energizar ou curar seu corpo astral de ferimentos
decorridos de ataques astrais negativos.
Já descarrego é quando
a incorporação tem o intuito de limpeza espiritual ou descarga energética. Pode
ocorrer de diferentes modos através da incorporação de Exus ou de espíritos
negativos. No caso em que o descarrego é feito com a incorporação de um Exu, o
médium pode incorporar seu próprio Exu de trabalho para fazer limpeza de
energias negativas, para vitalizar o consulente ou para fazer negociações com
outros Exus; o médium pode também incorporar o Exu do consulente, normalmente
médium em desenvolvimento, para que ele possa fazer a defesa do seu médium, se
fortalecer ou pedir uma oferenda para ter instrumentos e elementos de
negociação; pode ainda acontecer do médium incorporar um Exu Cósmico ativado
pela Lei que, por processo negativo do próprio mental do consulente, é atraído
para cumprir sua função paralizadora, desvitalizando ou punindo aquele
consulente diante da Lei e da Justiça Divina. Neste caso é a atuação da Lei,
quando for permitido e só quando o consulente evoluir espiritualmente, que
definirá quando essa atuação se encerra.
No caso em que o
descarrego é feito com a incorporação de Espíritos negativos que acompanham o
consulente pode acontecer do médium incorporar espíritos sofredores, espíritos
doentes e com grande sofrimento, que nos trazem dor, angustia e desanimo; Eguns
que são espíritos perdidos no tempo e que por afinidade, simbiose ou ação
obsessiva nos negativam; ou Quiumbas, espíritos com maior poder mental negativo
que por pagamento de “magias negras” ou por desejo de destruição de um médium
ou de um centro atacam de forma poderosa e negativa.
Em todos esses casos o
trabalho de descarrego só acontece por permissão da Lei e é a partir de um
trabalho religioso, de médiuns preparados onde o único intuito é a caridade,
que se tem a grande oportunidade de encaminhamento destes irmãos que necessitam
de nossa ajuda para um redirecionamento evolutivo espiritual.
Mas como cuidado é sempre
bem vindo, para que se realize um bom trabalho de transporte ou descarrego
algumas regras devem ser cumpridas:
1º Todo transporte
deverá ser realizado em um templo religioso, pois somente ali haverá uma
tronqueira assentada. A tronqueira é um ponto religioso e é a partir deste
ponto que Exus atuam religiosamente na vida das pessoas e onde fazem suas
negociações.
2º A curiosidade é
proibida pois esta é uma das maiores brechas que o próprio médium abre para os
ataques do baixo astral. Quando, por envolvimento emocional, o médium quer
saber mais do que lhe é permitido surge a curiosidade que é fatal pois o médium
se afiniza com aquela vibração e se torna uma isca fácil para espíritos
negativos.
3º Exageros como tombos
e gritos são descontrole do médium e além de causar constrangimento para muitos
o próprio médium poderá se machucar, sendo ele o único prejudicado.
4º Em qualquer dos
casos toda oferenda solicitada deve sempre ser dirigida ao guia espiritual que
está sustentando aquele trabalho. É ele quem dará consentimento e autorização
para a realização da oferenda.
5º Cuidado com a mão,
não há nenhuma necessidade do médium colocar a mão no consulente na hora do
descarrego, podendo ele até se prejudicar por cargas energéticas. Quando o
médium e o consulente forem de sexo oposto o cuidado deverá ser redobrado para
evitar um grande constrangimento e com isso denegrir a imagem do centro
espiritual e do trabalho da Umbanda.
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A Busca da
Inconsciência
Acredito que hoje a
incorporação com inconsciência ou semiconsciência é algo que se conquista com o
tempo e, também, que todos têm a possibilidade de atingir este nível de
mediunidade. Claro que a consciência, assim como a semiconsciência, são
oportunidades únicas e divinas que temos para aprender o que é compaixão e para
exercer a nossa real reforma íntima. No entanto a inconsciência parece ser o
“sonho de consumo” para muitos médiuns e para eles nada melhor do que o tempo.
Mas por que o tempo? Porque com o tempo aprendemos a entender o plano astral e
a confiar na Espiritualidade e nos Guias Espirituais que nos sustentam mas,
principalmente, aprendemos a amar. Entender o plano astral é fundamental e
quando isso não acontece bloqueamos as informações do próprio astral. O fato é
que se não conhecemos, por exemplo, as ações maléficas de um egum não as
reconheceremos a nível energético ou espiritual e, com certeza, as ações do
Guia, assim como a comunicação dele conosco, será muito difícil e duvidosa pois
a insegurança e o medo serão alimentados pela nossa falta de conhecimento.
Também é fundamental
confiar nos Guias Espirituais e para isso é importante conhecê-los. É
importante saber quais são suas afinidades com as ervas ou com as pedras, seus
pontos de força, suas vestimentas, suas armas e seus símbolos astrais. Conhecer
suas formas de trabalho como, por exemplo, se são curadores, demandadores ou
doutrinadores, assim como saber se a nossa ligação com este Guia é cármica,
missionária, temporária (com a finalidade de aprendizado para ambos) ou se Ele
é nosso protetor. E por aí vai! São informações simples mas que fazem toda a
diferença pois servem para que se criem laços “de baixo para cima”, afinal os
laços de cima para baixo já existem, além de facilitar muito todo o trabalho
espiritual e a própria incorporação.
A partir daí o medo e a
insegurança começam a diminuir e, com certeza, as coisas ficam muito mais
simples. Uma frase que sempre digo é que “não se pode amar aquilo que não se conhece”
e a Umbanda, assim como os queridos Guias Espirituais, necessitam de nosso
amor. Um amor de alma, que se manifesta na hora de alegria mas, principalmente,
na hora da dor. Quando falamos em amar falamos em não julgar. Aí está a
verdadeira manifestação do ser como “instrumento”, manifestação essa tão
solicitada pelos Guias Espirituais e que muitas vezes somos testados pelo
próprio plano astral. Um bom exemplo disso é quando ouvimos dos consulentes
erros idênticos àqueles que convivemos ou combatemos em nosso dia a dia junto à
nossa família, nossos amigos ou conosco mesmo. Nesse momento somente um
verdadeiro instrumento de Deus. ou seja, um médium confiante na espiritualidade
e com amor incondicional para realizar uma boa consulta junto com o Guia, sem julgar
ou interferir.
Claro que podemos
acelerar esse tempo e para isso temos duas necessidades: Primeiro a de estudar
a doutrina Umbandista e segundo a de exercitar aquilo que conscientemente
ouvimos dos Guias Espirituais de Luz. Necessidades essas que, na verdade,
representam todo um processo de Fé, Amor, Compaixão e Caridade e que devem ser
exercitadas por todos os Umbandistas incondicionalmente. Aos que galgam a
inconsciência para terem Fé, para se esconderem atrás dela se isentando de suas
responsabilidades ou para fazerem dela suas muletas de ego e vaidade, saibam
que é muito mais honroso a realização de um bom trabalho no limite da
consciência ou semiconsciência do que uma manifestação grandiosa mas
inconsciente.
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O MÉDIUM INCONSCIENTE
O assunto objeto desta matéria com certeza trará para alguns bastante dissabor e repulsa, pois tocará na vaidade e no ego daqueles que não querem que venham à baila determinadas verdades atinentes ao fenômeno da incorporação. No entanto, como o compromisso do Jornal Umbanda Hoje é ver os adeptos da religião mais esclarecidos e livres de determinados mitos que tanto prejudicam os iniciantes no culto, resta-nos tão somente esclarecermos um ponto nevrálgico sobre o presente tema.
Sabemos que na Umbanda fala-se muito em mediunidade de incorporação semiconsciente e inconsciente, que, via de regra, ensejam verdadeiras dicussões doutrinárias a respeito. Não vamos nos ater a explicarmos o processo de acoplamento de um espírito aos chakras e centros nervosos do médium, sendo tema para o futuro.
As incorporações em que os espíritos deixam completamente inconsciente o médium, com tomada integral de todas as faculdades biopsicomotoras, é fenômeno raríssimo nas religiões mediúnicas. Em tempos imemoriais, foi a forma encontrada pelos espíritos para cumprirem suas missões no plano físico sem que o medianeiro pudesse interferir em suas tarefas, pois muitas pessoas não acreditavam na ação dos espíritos sobre o corpo humano e, por isto, se tivessem alguma porcentagem de consciência, acabariam por intervir, voluntária ou involuntáriamente, no labor dos amigos espirituais.
Com o passar do tempo, e através de um maior estudo e consequente entendimento do que ocorria, a inconsciência dos médiuns foi pouco a pouco sendo elevada à semiconsciência, fenômeno pelo qual os espíritos agem conjuntamente com a psiquê do médium, que, mesmo manifestados, sabem de quase tudo o que se passa a seu redor, inclusive que estão sob o domínio parcial de uma força externa. Este tipo de incorporação (semiconsciente) predomina quase que inteiramente nos segmentos espiritualistas, porque é a que melhor se adequa às necessidades atuais.
Através da semiconsciência há uma interação entre o medianeiro e o espírito atuante, que são doutrinador e doutrinado ao mesmo tempo. Além disto, esta espécie de incorporação faz com que o médium seja co-responsável pela mensagem transmitida por um Caboclo, Preto-Velho, Exu etc.
O fato é que, na mediunidade de incorporação semiconsciente, que, diga-se de passagem, também tem seus graus de variação, o espírito ao desprender-se do médium com o qual trabalha, deixa neste quase que a totalidade das informações recebidas ou transmitidas durante uma sessão. Caso haja alguma necessidade, o espírito, atuando no sistema nervoso central e também no cérebro, pode fazer com que o médium deixe de lembrar de alguma coisa, mas isto é exceção. A regra é o médium lembrar-se de quase tudo que foi dito pelo espírito trabalhador.
Neste sentido, muito importante é o respeito e a obediência que os médiuns devem ter para com o segredo de sacerdócio, tópico que analisaremos oportunamente.
Infelizmente alguns médiuns que trabalham semiconscientemente insistem em dizer que não se lembram de nada depois que o espírito interventor se afasta. E o fazem por duas razões básicas:
primeiro, querem dar um maior valor a sua mediunidade, dizendo: ” eu sou especial porque trabalho sem consciência”;
segundo, para se eximirem de responsabilidade, caso haja alguma comunicação equivocada, por influência do próprio médium, dizendo este depois: ” eu sou inconsciente, quem errou foi o espírito”.
Repito: a mediunidade de incorporação inconsciente ainda existe, mas é raríssima, e quem a tem geralmente não fala, porque é assunto pessoal, e também é circunstância difícil de ser provada.
Na atualidade, não se concebe deixar os iniciantes com a falsa idéia de que, incorporados por um espírito, sua mente se apagará temporariamente. Muitos médiuns sob a ação dos espíritos acham que não estão incorporados, visto terem ouvido de outros que, durante a manifestação dos espíritos, não há consciência no médium. Criam com isto uma série de dúvidas na mente dos iniciantes, fazendo com que muitos pensem até não serem médiuns de incorporação.
A Umbanda vai crescer. E crescerá através de médiuns mais preparados, mais esclarecidos em relação aos fenômenos mediúnicos. Desta forma, farão cair por terra falsas verdades que estão, infelizmente, ainda sendo difundidas irresponsavelmente por alguns.